{"id":13027,"date":"2024-08-29T09:22:29","date_gmt":"2024-08-29T09:22:29","guid":{"rendered":"https:\/\/www.eid.pt\/?p=13027"},"modified":"2024-08-29T10:06:55","modified_gmt":"2024-08-29T10:06:55","slug":"eid-ganha-contrato-de-30-milhoes-da-nato","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.eid.pt\/pt\/eid-ganha-contrato-de-30-milhoes-da-nato\/","title":{"rendered":"EID ganha contrato de 30 milh\u00f5es da NATO"},"content":{"rendered":"
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Empresa lusa de tecnologia militar ganhou o concurso internacional da NATO para fornecer um sistema de comunica\u00e7\u00f5es ao ex\u00e9rcito portugu\u00eas. E tem em vista oportunidades de 60 a 80 milh\u00f5es.<\/strong><\/p>\n

Hugo Neutel – <\/strong>hugoneutel@negocios.pt<\/p>\n<\/div><\/div><\/div><\/div><\/div><\/div><\/div><\/section>

A EID, empresa portuguesa especializada em tecnologia de comunica\u00e7\u00f5es militares, venceu um concurso internacional lan\u00e7ado pela NATO para fornecer um sistema de comunica\u00e7\u00f5es ao ex\u00e9rcito portugu\u00eas. O contrato vale 30 milh\u00f5es de euros e foi lan\u00e7ado por uma ag\u00eancia da Organiza\u00e7\u00e3o do Tratado do Atl\u00e2ntico Norte.<\/p>\n

\u201cE um sistema de comunica\u00e7\u00f5es que tem v\u00e1rios elementos que o cliente pode combinar consoante os seus requisitos\u201d, explica ao Neg\u00f3cios o diretor executivo da EID, Martin Bennett. O prazo para a execu\u00e7\u00e3o, que ser\u00e1 realizada em v\u00e1rias fases, \u00e9 de tr\u00eas anos. \u201cEm termos simples, \u00e9 um conjunto de pequenos contentores transport\u00e1veis que s\u00e3o usados pelo ex\u00e9rcito no terreno. Dependendo do que o ex\u00e9rcito precisar, pode escolher e combinar os contentores, que t\u00eam v\u00e1rios equipamentos de comunica\u00e7\u00e3o\u201d, diz o respons\u00e1vel.<\/p>\n

O facto de a EID ter vencido o concurso internacional permite continuar uma rela\u00e7\u00e3o com as For\u00e7as Armadas portuguesas que n\u00e3o \u00e9 de hoje: \u201cCimenta e solidifica a nossa rela\u00e7\u00e3o de longo prazo com o ex\u00e9rcito portugu\u00eas\u201d, enfatiza. Portugal representa tipicamente 40% do neg\u00f3cio da empresa.<\/p>\n

Este n\u00e3o foi, no entanto, o \u00fanico contrato que a EID, que exporta 60% da sua produ\u00e7\u00e3o, ganhou nos \u00faltimos meses para a instala\u00e7\u00e3o de sistemas de comunica\u00e7\u00f5es. Houve outros dois, mas nesses a tecnologia \u00e9 destinada n\u00e3o ao ex\u00e9rcito mas a embarca\u00e7\u00f5es militares. S\u00e3o sistemas integrados que re\u00fanem r\u00e1dio, sat\u00e9lite, sonar e qualquer forma de comunica\u00e7\u00e3o, podendo ser voz, dados ou v\u00eddeo. Informa\u00e7\u00e3o digitalizada que \u00e9 canalizada para terminais de utilizadores individuais. \u201cUm navio pequeno pode ter dez. Um navio muito grande pode ter 50 ou 60\u201d, explica Bennett.<\/p>\n

Um desses contratos tem tamb\u00e9m Portugal como destino final, embora tenha sido assinado com o grupo Damen, um gigante do setor da constru\u00e7\u00e3o de navios sediado nos Pa\u00edses Baixos. Trata-se da constru\u00e7\u00e3o do sistema de comunica\u00e7\u00f5es do D. Jo\u00e3o II, um navio multifun\u00e7\u00f5es da armada portuguesa, sendo que, neste caso, o contrato tamb\u00e9m prev\u00ea o desenvolvimento de toda a rede eletr\u00f3nica do navio e a instala\u00e7\u00e3o de telefones submarinos. O D. Jo\u00e3o 11, financiado em quase 95 milh\u00f5es de euros pelo Plano de Recupera\u00e7\u00e3o e Resili\u00eancia (que se somam a 37,5 milh\u00f5es de investimento p\u00fablico), dever\u00e1 ser entregue ao Estado portugu\u00eas em 2026.<\/p>\n

O outro contrato foi com a marinha do Chile e prev\u00ea a instala\u00e7\u00e3o de comunica\u00e7\u00f5es em duas fragatas.<\/p>\n

A empresa n\u00e3o divulga os valores destes dois concursos, mas o diretor executivo avan\u00e7a que, somados ao da NATO, elevam a contrata\u00e7\u00e3o para 48 milh\u00f5es de euros.<\/p>\n

J\u00e1 no final do ano passado, a EID tinha vencido o concurso para construir um sistema de comunica\u00e7\u00f5es a aplicar em dois navios militares das Filipinas.<\/p>\n

\u00a0<\/strong>A EID venceu recentemente outros dois contratos. Um deles tamb\u00e9m tem como destino um navio portugu\u00eas.<\/strong><\/h2>\n

\u00a0<\/strong>Mais neg\u00f3cio em vista <\/strong><\/p>\n

A EID, que desde 2016 \u00e9 controlada pela brit\u00e2nica Cohort, n\u00e3o divulga resultados financeiros detalhados, mas ainda assim o diretor executivo deixa pistas sobre a evolu\u00e7\u00e3o do neg\u00f3cio.<\/p>\n

\u201cTemos de ser cautelosos. Mas diria que at\u00e9 esta altura do pr\u00f3ximo ano teremos oportunidades de aproximadamente 60 a 80 milh\u00f5es de euros\u201d, indica.<\/p>\n

Em ritmo de cruzeiro, a empresa tem um volume de neg\u00f3cios a rondar os 20 milh\u00f5es de euros anuais, valor que dever\u00e1 crescer nos pr\u00f3ximos tempos. O respons\u00e1vel avan\u00e7a que a estrat\u00e9gia da companhia \u00e9 atingir \u201c30 milh\u00f5es de euros de receitas por ano at\u00e9 2026\u201d.<\/p>\n

Grande parte dessas vendas dever\u00e3o continuar a acontecer em mercados externos, como tem sido habitual na empresa, cuja assinatura est\u00e1 em mais de 200 navios e esta presente em todos os continentes. \u201cTodos, exceto a Ant\u00e1rtida\u201d, brinca. Sendo que dela beneficiar\u00e3o n\u00e3o apenas a empresa, mas os seus 300 fornecedores nacionais, diretos e indiretos.<\/p>\n

Nos pr\u00f3ximos 12 meses, haver\u00e1 oportunidades de neg\u00f3cio no valor de 60 a 80 milh\u00f5es de euros, estima a empresa.<\/strong><\/h2>\n

10% reinvestido em investiga\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n

Operando num setor altamente tecnol\u00f3gico, a EID tem como objetivo permanente o reinvestimento de 10% das receitas em Investiga\u00e7\u00e3o & Desenvolvimento. Meta que, garante o respons\u00e1vel, tem sido atingida: \u201cO desenvolvimento de tecnologia e a sua aplica\u00e7\u00e3o s\u00e3o a nossa forca vital, e extremamente importante\u201d.<\/p>\n

Para isso, conta com um quadro de pessoal de 130 pessoas, que, na inten\u00e7\u00e3o da EID, vai crescer para 150 ao longo do pr\u00f3ximo ano. A tarefa, no entanto, pode ser complexa, se as dificuldades de contrata\u00e7\u00e3o continuarem. E quanto maior a especializa\u00e7\u00e3o, mais \u00e1rdua e a miss\u00e3o de encontrar profissionais. \u201cPrincipalmente pessoal de engenharia que tenha experi\u00eancia na nossa \u00e1rea especifica de neg\u00f3cio, porque a ind\u00fastria de defesa em Portugal n\u00e3o \u00e9 grande, portanto o conjunto de pessoas experientes e bastante pequeno\u201d, lamenta. E \u00e9 exatamente para fazer face a essa dificuldade que a EID esta a \u201cconsiderar seriamente\u201d o desenvolvimento de um sistema de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o, no qual possa \u201ctrazer jovens e come\u00e7ar a treina-los da base para o topo\u201d, avan\u00e7a.<\/p>\n

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PERGUNTAS A MARTIN BENNETT<\/strong> – Director Executivo da EID<\/h6>\n

\u201cN\u00e3o vendemos \u00e0 Ucr\u00e2nia, n\u00e3o porque n\u00e3o queiramos\u201d<\/em><\/strong><\/h2>\n

O diretor executivo da EID n\u00e3o tem a certeza que o objetivo, estabelecido pelos membros da NATO, de atingir uma despesa de 2% do PIB em defesa at\u00e9 2030 v\u00e1 ser atingido, mas acredita que o investimento vai aumentar, mesmo que n\u00e3o alcance aquela meta. Martin Bennett confessa que se a companhia n\u00e3o vende diretamente \u00e0 Ucr\u00e2nia, n\u00e3o \u00e9 porque n\u00e3o queira, mas antes por um desfasamento entre o que a EID oferece e o que o pa\u00eds de Volodymyr Zelensky procura.<\/strong><\/p>\n

\u00a0<\/strong><\/p>\n

A NATO tem o objetivo de aumentar o investimento em defesa para 2% do PIB at\u00e9 2030. \u00c9 uma meta alcan\u00e7\u00e1vel?<\/strong><\/p>\n

O Reino Unido pretende aumenta-lo para 2,5%. Penso que a Polonia j\u00e1 o fez, tem uma amea\u00e7a existencial. O facto de a Alemanha ter avan\u00e7ado para um aumento dos gastos na defesa e algo que talvez os mais c\u00ednicos n\u00e3o pudessem adivinhar h\u00e1 dois ou tr\u00eas anos. Estou otimista. Ser\u00e3o atingidos os n\u00edveis exigidos? Teremos de ver. Vejo aumentos da capacidade de defesa nos pa\u00edses europeus, incluindo Portugal. Ha uma tend\u00eancia para aumentarem, mesmo que n\u00e3o cheguem aquele n\u00famero.<\/p>\n

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A situa\u00e7\u00e3o na Ucr\u00e2nia teve impacto na empresa? Vendeu mais por causa disso?<\/strong><\/p>\n

Se vendemos diretamente para a Ucr\u00e2nia? N\u00e3o vendemos. N\u00e3o porque n\u00e3o queiramos. Para ser sincero, o que a Ucr\u00e2nia pretende n\u00e3o corresponde necessariamente ao que vendemos. Um impacto indireto na ind\u00fastria da defesa como um todo, diria que sim, deve ter acontecido. As compras em geral est\u00e3o em alta e isso poder\u00e1 ter um impacto positivo na EID. Mas n\u00e3o h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta com a Ucr\u00e2nia.<\/p>\n

\u201cVejo aumentos da capacidade de defesa nos pa\u00edses europeus, incluindo Portugal. H\u00e1 uma tend\u00eancia para aumentarem, mesmo que n\u00e3o cheguem \u00e0quele n\u00famero [de 2% do PIB].\u201d<\/em><\/strong><\/h2>\n

A EID est\u00e1 em todos os continentes?<\/strong><\/p>\n

Ha pelo menos cerca de 200 navios com \u201ckits\u201d nossos. Na Europa, e particularmente em Portugal, somos fortes. Nos Pa\u00edses Baixos tamb\u00e9m. O Chile e um exemplo de um novo mercado. Temos [neg\u00f3cios] na indon\u00e9sia, na Mal\u00e1sia, em Singapura, nas Filipinas. N\u00e3o muito no Medio Oriente, estamos a come\u00e7ar. Temos muito sucesso na Austr\u00e1lia. N\u00e3o temos nada na Ant\u00e1rtida (risos).<\/p>\n<\/div><\/div><\/div><\/div><\/div><\/div><\/div><\/section>